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13 de outubro de 2015

A casa

Tenho que falar rápido, ela está me procurando, ela me assusta muito, não sei como vou sair daqui.

Minha mãe resolveu compra uma casa à 2 km da cidade, sem vizinhos, estava procurando tranquilidade para escrever seu novo livro.

De imediato aprovei a frente da casa, parecia ser bem espaçosa, tinha uma grande área nos fundos, mas algo me incomodava, juro que quando olhei para a  janela de um dos cômodos vi uma mulher lá, mas no piscar de olhos ela desapareceu, acho que estou um pouco neurótica.

Entramos na casa e por incrível que pareça tinha um ar gelado, a casa era toda mobiliada, onde seria meu quarto parecia está ocupado por outra pessoa, tinha uns desenhos esquisitos na parede em cima da cama, algumas partes o piso rangia, com certeza precisava de uma boa reforma.

Não entendi como pode ter escurecido tão rápido, resolvemos ir embora, me lembro de ter entrado no carro, depois disso apaguei. Não sei ao certo, meu relógio parou de funcionar e eu não acho meu celular, devo ter  dormido umas três horas, ou mais, está tudo escuro, acho que estou no porão, não me lembro de ter visto um na casa. Meus olhos se acostumaram com o escuro e pude ver a escada e o melhor é que a porta está aberta.

Consegui ouvir uma voz vindo de cima, mas não reconhecia quem era a dona da voz, quando fui checar, não havia ninguém. Resolvi ir nos quartos pra tentar achar meus pais, algo me dizia que não estava sozinha nessa casa. Entrei em um quarto, a porta que dava pra varanda estava aberta, tinha uma mulher ali, vestindo um vestido encardido, tinha correntes presa aos pés, o cabelo estava bagunçado, quando me aproximei ela virou rapidamente e gritou ' SAIA DA MEU QUARTO', depois disso não me lembro de mais nada.

Acordei aonde seria o meu quarto, parecia mais frio, sentia muita dor no corpo e estava com umas manchas escuras na pele, fiquei muito aterrorizada, sentia muita sede e fome, desci na cozinha, mas não tinha nada pra comer, bebi um pouco da água da torneira, ouvi passos e barulho das correntes arrastado no andar de cima, ela está me chamando, como ela pode saber o meu nome? Instintivamente me abaixei atrás do balcão da cozinha e engatinhei para debaixo da mesa, conseguia ver a sombra dela parada no começo da escada, ele estava falando coisas em outra língua não conseguia distinguir nada, mas entendi ela falando ' Quer brincar de se esconder? Adoro essa brincadeira, eu vou te achar, sinto o seu medo' e logo uma risada que não parecia real, algo que vinha de um lugar distante, não sei  ao certo.

Pisquei o olho e ela estava do meu  lado, me encarando com os olhos penetrantes, sem vida e um sorriso vago no rosto 'Te achei', ela me puxou pelos cabelos até a escada, eu queria gritar mas me sentia sem forças para tal esforço, acabei desmaiando.

Acordei no meu quarto, sempre acordo aqui, achei meu celular mas está sem sinal, por isso resolvi escrever o que estou passando, me sinto ainda mais fraca tudo doi, sempre quando chego perto da sala ela me acha e eu acordo aqui nesse quarto, não sei o que ela faz comigo, não sei porque sempre desmaio, estou escondida embaixo da cama.

Essa não ela está subindo a escada, ela está rindo, vou me esconder no guarda roupa, estou torcendo para que as portas não ranjam, tomara que ela não me encontre.

Droga ela já está me olhando.

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